A Autoetnografia Performática Nas Ciências Da Saúde: Estudando Corpos E Decolonialidades Para A Promoção Da Justiça Social
Publicado: 01/11/2022 - 15:08
Última modificação: 09/11/2022 - 13:16
A partir de normas hegemônicas de gênero e raça, por exemplo, determinados corpos são colocados em uma posição de subalternidade emarginalização, vivenciando menores oportunidades de ser e viver plenamente em um dado contexto sócio histórico. Dessa forma, a organização da justiça social está intimamente relacionada às dinâmicas de materialização e inteligibilidade dos corpos. Com a reprodução deste cenário ao longo dos processos formativos da graduação e pós-graduação na saúde, acaba-se reforçando várias iniquidades sociais em saúde. Situações estas que poderiam ser reduzidas e minimizadas mas acabam sendo reiteradas cotidianamente pela reprodução de normas que limitam as possibilidades de ser e se manter saudável. Destarte, é objetivo deste projeto analisar as estratégias de construção e implementação da justiça social e da equidade no ensino e nas práticas de cuidado em saúde, a partir de uma perspectiva do feminismo negro, interseccional, queer e decolonial. Refletir sobre o corpo, não apenas como fato natural, e sua correlação com as práticas de saúde e de ensino é fundamental para se (re)pensar a formação acadêmica, cuidado em saúde e, consequentemente, a construção de conhecimentos que considerem a individualidade do ser e a integralidade do cuidado em saúde. Utilizar-se-á da Autoetnografia Performática (AP) como metodologia de investigação. Essa metodologia permite reflexões significativas que tornam o contexto social mais visível de forma transformadora ao “dar voz para quem fala” e em “favor de quem se fala”, mostrando-se como um recurso crítico e científico importante para a pesquisa sócio-antropológica na saúde. Dessa forma espera-se produzir análises e produções capazes de promover, também, a cidadania, a justiça social, os direitos humanos e a democracia nos processos de ensino-aprendizagem.